Sunday, April 08, 2012

Rabiscar e Arriscar


Não, nada está diante de ninguém, pelo menos publicamente. Não quero expor ninguém, claro, muito menos falar mal de pessoas, principalmente pessoas que receberam meus valores. Eita, eu falei de valores. É, valores, mas depois eu falarei dos valores. Vamos falar de felicidade. Felicidade é facilmente confundido com momentos felizes. Não estou falando do momento, estou falando da permanência. Você está em sua vida pacífica, sem medos, sem pudores, sem momentos marcantes, sem dinheiro, sem uma vida eletrizante, e conhece uma pessoa especial. FODA! Essa pessoa possui uma vontade de gritar enorme. Grito esse que será dado, e ouvido por um bom tempo. Incomodando ou não, ele pairá pelo ambiente.

Diante de quem mexeu com quem, existe uma lembrança, ou uma saudade que ficará quando os dois forem embora. Aquele momento de despedida que você não sabe se vai vê-la por um bom tempo, ou se será nos dias próximos. Essa dúvida massacra qualquer ser humano pensante e sensitivo. Sentir saudades é como sentir fome, só que o alimento é completamente diferente, e tão saciável quanto. A ansiedade é algo que convive diariamente nos desejos de ter os bons momentos de volta ao presente rotineiro. Rotina essa que também será contata mais adiante. O problema é o arriscar.

Arriscar é o ato mais nobre de todos os tempos, independentemente da intenção. Hitler não lascaria a vida de tantos judeus se ele não arriscasse as suas palavras de ordem. Osama Bin Laden não lascaria os americanos se ele não arriscasse as vidas de uns terroristas que sabiam pilotar aviões. E eu, por minha vez, não saberia viver se não soubesse arriscar tudo que já arrisquei em toda minha vida. Meus riscos foram baseados em crenças. Acreditar em mim mesmo nuca foi uma tarefa fácil, mas eu me vi com uma facilidade em fazer as pessoas acreditarem em mim. Se elas acreditam em mim, porque eu não? Não custou nada arriscar. Então pronto, agora eu sou o melhor do mundo, e ninguém vai me impedir de nada. Ops...

Não, não, nunca me impediram de nada, nunca mesmo. Mas dessa vez, meu pior inimigo foi eu mesmo. Eu arrisquei algo que tiraria minha liberdade. Arrisquei ir pra um estado onde eu não conhecia e no fim das contas, deu tudo errado. Vivi de um jeito muito bom, mas com pouca maturidade, e isso me custou uma tristeza enorme, mas passou. Ai prometi a mim mesmo que não faria isso mais uma vez. Arriscar tudo em nome de outra pessoa que possa destronar sua vontade no simples ato de egoísmo. Então, me fechei, fiquei na minha por um bom tempo, poucas pessoas falavam comigo, e quando falavam, falavam pouco. Sumi mesmo, dei um tempo do planeta e fui construir o meu próprio reino. Claro, mais uma ilusão. Na verdade, eu estava me sentindo mal por não ter sido o suficiente, por não ter tapado uma panela que poderia fazer boas refeições. Deeeepois disso tudo, pensei comigo mesmo como eu poderia deixar isso ganhar força. Não, eu não poderia deixar, eu queria viver mais uma vez, ou viver pela primeira vez, mas de verdade. Então, fui vivendo, e vivendo, ai conheci um outro alguém a qual valeria arriscar meus esforços. Bonita, inteligente, esforçada, desejada e admirável. Eram essas as primeiras impressões de um alguém novo na minha vida. Resumir uma pessoa como ela seria como dizer que uma plantação de cana de açúcar seria o suficiente pra deixar todo mundo gordo. Resumir uma pessoa boa é não ter lógica nas palavras. E porra, se era pra não ter lógica em falar com ela, porque ter lógica na hora de viver? Fui arriscar mais uma vez.

Eu fui pro fundo do poço e me levantei, não seria em nome de um "medo" de me relacionar que faria eu voltar ao fundo do poço e cavar mais ainda. Não mesmo! Eu queria era ser eu mesmo pra um outro alguém. Ser feliz e dessa vez causar felicidades. Ser eu mesmo sem ter medo de errar e pedir desculpas. Viver mesmo, de verdade. Ai pronto, lá fui eu. Mas como, como uma pessoa que sabe tratar outras por igual pode merecer algo de ruim? Não sei responder até hoje. e nem vou me esforçar pra responder. Estou esgotado, infelizmente. Eu estou em um momento de dúvidas. Por que isso tudo foi acontecer comigo? E já que aconteceu, por que eu não dei um basta? Porra, sinceramente, nenhum ser humano merece ser desmerecido. Eu não mereço nada do que eu não precise me esforçar pra tê-lo na minha vida, eu admito. Mas eu mereço minimamente se tratado bem, ou por igual. Eu sempre me desdobrei pra ser alguém melhor, até. Nunca medi esforço pra ser eu mesmo, e nunca medi esforço pra ser algo que talvez outras pessoas quisessem que eu fosse. Claro, sem me moldar. O foda, o pior de tudo é que eu não sei mais o que fazer da minha vida. Pessoas vivem me mandando mensagens dizendo que sentem falta de mim, que minhas opiniões fazem falta pelo simples fato delas sempre honestas e sem malícias. Tantas pessoas que me faziam ser alguém, hoje, estão todas longe de mim, tudo em nome de um risco que corri e não recebi o devido tratamento adequado pra ter mais e mais forças pra não deixar o tempo parar. Mas é foda, por mais que eu me desdobre, eu nunca sou o suficiente, eu nunca faço o suficiente. E se faço, foi de uma forma errada, de um jeito errado, com palavras erradas. Eu e qualquer ser humano no mundo merece ser reconhecido, nem que seja pelo torrão de açúcar que será colocado no café. Por que de tantos gritos? Por que a pose de que sempre sabe o que está fazendo? Por que acha mesmo que essa é a melhor forma? Cansei, cansei até de mim mesmo. Cansei da rotina que fomos obrigados a conviver. Cansei de ser criticado em formas de piadinhas com a força de uma faca perfurando meus tímpanos. Cansei de não ser o suficiente.

Qual o seu tamanho diante dos medos que você sente em viver? Qual a sua força em viver de um jeito que você não queira? Qual o motivo que você tem em se proteger de uma agressão que não existe? Como você acha que as pessoas vão lidar com a sua má vontade de conviver? E por que eu? Talvez eu possa lhe ensinar algo bom nessa vida, com toda certeza. Todos sabemos as diferenças que temos no convívio que temos, mas como isso pode ser culpa minha? Não, eu não sou culpado de nada. Na verdade, sou, sou culpado em talvez ter tido uma vida que todos desejavam ter e nunca tiveram, mas eu nunca escolhi quem entraria na minha vida, só fiz escolher quem permaneceria, e só. Você deveria cuspir na cara de uma só pessoa, não na de todos. Deveria separar o que é bom e ruim pra você. O que deveria ser consertado, não esperar que seu futuro vá resolver, porque não sei. Cicatrizes no corpo podem até sinalizar algo relacionado a dores, mas essas dores ficarão se você quiser, se não fizer nada pra mudar, se não se mover. Independe-se! Corra atrás independentemente de estar com alguém, porque ninguém é pra sempre. Foi assim que aprendi, e é assim que funciona. Seus momentos de Lisbeth Salander passou há tempos, seja um Mikael Blomkvist, está em tempo. Corra! Mova-se! Mas não me espere, não espere ninguém. Seja quem quiser ser, mas seja de forma mais aberta possível. Porque do jeito que tá indo, ninguém fará nada por ninguém.

Está mais do que provado que os nossos caminhas estão se dividindo. Cada dia a mais algo mais distante me chama em voz alta na minha cabeça, e sinto vontade de ouvir seu chamado e ir atrás. Não, não é ninguém, é algo, um sonho. Porra, se você pode ir atrás dos seus, deixa eu correr atrás dos meus. Deixa eu ser alguém melhor, alguém que eu saberei que será o suficiente. Alguém saciável. Eu não desejo nada de ruim pra ninguém, nada mesmo. Pro nosso bem, seja o que você sempre quis ser! Eu quero que as pessoas na qual eu convivi sejam melhores do que eu, até. Mas isso não significa que eu não queira ser ninguém. Eu quero, eu vou e eu posso!

http://www.youtube.com/watch?v=8VZOZL2_Vg4